“Sucá é um lugar de acolhimento, trocas e diálogo com o outro, que nos leva a perceber a fragilidade da vida, mas também nossa conexão com o divino que nos ampara e conforta”. Com essas palavras a coordenadora do Diálogo Católico Judaico, Ana Grillo Ballasiano, abriu a celebração de Sucot no Centro Loyola. O encontro foi realizado na manhã de hoje, 24 de setembro, em formato híbrido, com participantes tanto na cabana montada no jardim da casa, quanto pelo Zoom.
Logo no início da cerimônia o Rabino Sergio Margulies, da Associação Religiosa Israelita, falou sobre o sentido da festa. Ele destacou que Sucot é um diálogo com a passagem do tempo, consigo mesmo, com a natureza e com Deus. E explicou ainda o sentido das quatro espécies, posteriormente apresentadas pelo Sr. Helio Hoifman, e que costumam ser balançadas em seis sentidos: pra cima, pra baixo, pra direita, pra esquerda, pra frente e pra trás.
– Isso permite perceber a abrangência do diálogo com as múltiplas pessoas nas suas diferentes localizações, mas aqui não só no sentido geográfico, mas nas diferentes localizações pelo seu estado de espírito, pela condição que trazem, pela etnia que têm, pela fé que professam. É a abrangência do olhar – assinalou Margulies.
Coordenador católico do grupo do Diálogo, o padre Carlos Davis recordou que a sucá faz memória do povo que peregrinou por 40 anos no deserto e que este povo, mesmo nas adversidades, nunca deixou de celebrar suas festas. Já o padre Anderson Pedroso, Vice-Reitor da PUC-Rio e Diretor do Centro Loyola, expressou o quão significativo é abrir as portas da casa para a sucá neste momento em que o próprio Centro passa por uma reestruturação.
– Assim como a sucá, a pandemia colocou em evidência a fragilidade humana diante da natureza. Isso torna essa festa mais significativa, essa cabana mais significativa. Nós pensamos sobre a nossa vulnerabilidade, e também nos traz esse sentimento de humildade diante da vida, diante dos mistérios que somos nós. Acredito que a Sucá aqui é um símbolo, mas também marca de maneira emblemática o caminho que podemos retormar. A pandemia nos fez talvez parar um pouco. Agora nós retomamos com mais humildade e com mais solidariedade entre nós – concluiu.
Por fim, a celebração também foi marcada pela homenagem à professora Vera Hazan, falecida em julho deste ano. Além da participação de alunas do curso de Arquitetura e Urbanismo, sua irmã Valéria Hazan e o esposo Adalton recordaram o legado deixado por ela, em especial a atuação em projetos envolvendo populações migrantes e pessoas em situação de rua: “A preocupação da Vera sempre foi uma preocupação intelectual, mas voltada à prática. Não só uma prática de transformar e apenas manter alguma coisa, e sim de criar”, ressaltou o esposo.
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