Palestra Um Manuscrito Jesuíta e a Medicina no Brasil Colonial

Data: Quarta-feira, 28 de julho de 2021, às 19h. Descrição: A medicina jesuíta é um testemunho das trocas culturais em diferentes locais em que implantaram suas missões, principalmente no Brasil. Nesta palestra será apresentado um raro manuscrito jesuíta, o Formulário Médico, com 225 páginas escritas por volta 1703. O material reúne informações de interesse científico …

Curso On-Line A Igreja no Rio de Janeiro Colonial – Ocupação e Urbanização

Data: Segundas-feiras, 14, 21 e 28 de setembro e 5 de outubro de 2020, das 19h às 21h. Descrição: O curso online tratará dos três vetores da ocupação e urbanização do Rio de Janeiro durante o período colonial, com ênfase na participação da Igreja nessa dinâmica. Para isso, serão explicadas as distintas categorias de fiéis …

Amigos no Senhor – Santo Alberto Hurtado: A quem amar?

Data: 27 de agosto de 2019, das 14h às 17h. Descrição: “A quem amar? A todos os meus irmãos de humanidade. Sofrer com seus fracassos, com suas misérias, com a opressão de que são vítimas. Alegrar-se com suas alegrias”. Neste encontro do projeto Amigos do Senhor, partilharemos os feitos realizados por este padre jesuíta que …

Uma Educação para a Vida: Possibilidades e Desafios

Data: Sábado, 28 de Abril de 2018, das 9h30m às 11h30. Descrição: O que é Educação? Este ano, os eventos promovidos pelo Centro Loyola têm como eixo central o tema Educação. Mas o que é Educar? A Educação não se restringe à sala de aula, mas é um processo de formação da pessoa em sua …

Café com Arte apresenta Manuscrito Jesuítico Raro que revela medicina praticada no Brasil no Século XVIII

Em um universo com cerca de três milhões de itens, entre livros e outras publicações guardadas na rede de bibliotecas da Fiocruz, um em especial chama atenção a ponto de ser considerado pelos seus guardadores como a obra mais importante. Trata-se de um manuscrito raro, datado do início do século XVIII, que traz em suas …

Tríduo de Oração pelas Vocações à Companhia de Jesus

A Companhia de Jesus por ocasião da Festa de Todos os Santos e Beatos Jesuítas (05 de novembro) convida todos a rezar com maior ênfase pelas vocações jesuítas. Neste dia de oração pelas vocações somos animados a ter diante dos olhos jesuítas que, com sua vida consagrada e oferecida pelo Reino, são para a Igreja …

Companhia de Jesus elege novo Superior Geral

No último dia 14 de outubro a 36ª Congregação Geral elegeu o 31ª sucessor de Santo Inácio à frente da Companhia de Jesus. O padre venezuelano Arturo Sosa, SJ, foi escolhido para ser o novo Superior Geral em uma eleição da qual participaram 215 delegados, representantes de 77 províncias do mundo. Ele substitui o padre …

Conjunto Música Antiga da UFF apresenta canções de Anchieta

O teatro de Anchieta (1534-1597) foi escrito para ser encenado nas praças, nas festas, em frente das igrejas. Os atores eram os colonos, os índios e a intenção era ensinar a moral cristã. Os Jesuítas aprendiam a língua indígena e ensinavam as línguas europeias aos índios, além da religião cristã. Sua ação didática fazia uso do teatro e da música como ferramentas de ensino e conversão ao cristianismo. Os primeiros textos literários produzidos no Brasil foram compostos sobre músicas populares procedentes do cancioneiro e romanceiro peninsular, cujas letras eram mudadas “para o divino”. Essa prática, foi frequentemente utilizada por Anchieta e pelos primeiros missionários. (Fonte: Conjunto Música Antiga da UFF)

Este vídeo traz um trecho da apresentação do Conjunto Música Antiga da UFF, por ocasião da Festa de Anchieta, realizada no Centro Loyola de Fé e Cultura PUC-Rio, no dia 11 de junho de 2016. As canções são, respectivamente, Venid a Sospirar e Mira Nero de Tarpeya, ambas de compositor anônimo do século XVI, com letras de São José de Anchieta.

Devotos vão a Magé em Busca de Água do Poço Bento

São José de Anchieta ganhou a fama de santo mesmo antes de sua morte. Isso porque, em todos os lugares pelos quais passou no Brasil, há relatos e marcas de sua santidade. Um desses lugares é a cidade de Magé, uma das mais antigas do Estado do Rio de Janeiro, onde fica o Poço Bento, que atrai devotos de diversos lugares do país e do mundo.

As versões para o surgimento do poço são várias e não se sabe ao certo qual delas é verdadeira. Todas, no entanto, passam pela atuação de São José de Anchieta. Uma das histórias conta que em um momento fervoroso de oração à Virgem Maria, ajoelhado e debruçado sobre seu cajado, Anchieta teria percebido com surpresa que este mesmo cajado abrira um buraco no chão de areia e terra, na Praia da Piedade, e que dali minava uma fonte, que logo tornou-se uma nascente abundante. Outros dizem que na época em que Anchieta passou pela região, em meados do século XVI, o povoado sofria uma epidemia de febre causada pelo consumo de água salobra e que Anchieta teria abençoado a água de um poço tornando-a clara e potável. O consumo da água abençoada pelo santo teria salvo a população local da doença.

Consta ainda, no Arquivo Secreto Congregação dos Ritos, hoje no Vaticano, dois relatos de milagres atribuídos àquela água. Num deles, Baltazar Martins Florença em depoimento dado em 1603 no processo de beatificação de Anchieta atesta: “muito doente de asma, de que era enfermo havia muito tempo, lhe dissera lá o dito padre José que bebesse água de uma fonte que lá está, pegada com o engenho, coberta com uma abóbada, e que rezasse cinco padres-nossos e cinco aves-marias à honra das cinco chagas e logo seria são. O que ele, testemunha, fez e logo sarou de maneira que nunca tivera mais a tal enfermidade” (Arquivo Secreto do Vaticano – Congregação dos Ritos, n. 302, 7 vols.).

O poço recebeu visitas até a década de 1940, depois ficou abandonado por anos até que, nos anos 60, durante uma nova campanha para a beatificação de Anchieta, o jornal Diário Carioca publicou uma reportagem com a história do poço. Depois disso, a prefeitura e a diocese de Magé buscaram restaurar o local, reaberto à visitação no dia 5 de abril de 1964. Anos depois, o jornal O Globo publicou uma reportagem como título “Devotos vão a Magé buscar água que cura tudo”. O local hoje é um parque municipal com um painel pintado em azulejos, um altar de cimento e uma cobertura de alvenaria. Ao lado fica uma pequena capela dedicada ao Santo.

A visitação ao Poço Bento pode ser feita diariamente. Ele fica a Estrada da Piedade, S/N, no Centro de Magé.

Santuário preserva história e atrai peregrinos

São José de Anchieta morreu aos 63 anos, na Vila de Reritiba, fundada por ele no litoral sul do Espírito Santo, a 80km de Vitória. Hoje a vila tornou-se cidade, rebatizada com o nome do santo, e a igreja de Nossa Senhora da Assunção, construída por ele com os índios, passou a integrar o Santuário Nacional de São José de Anchieta, um conjunto arquitetônico do período colonial do Brasil que reúne também a praça da Matriz e o Museu Padre Anchieta.

Marco Antônio Soledade é guia do Santuário Nacional de São José de Anchieta. Abaixo, reproduzimos um resumo das explicações dele aos visitantes:

A Igreja Matriz Nossa Senhora da Assunção foi construída entre os séculos XVI e XVII (iniciada em 1569 e concluída em 1612) na chegada do padre Anchieta com os indígenas da região. Os índios construíram a igreja e a cela (quarto do padre Anchieta) onde ele morreu. A outra área que faz parte do museu, o cemitério, o campanário e a sacristia (parte detrás da igreja) foram construídos a partir do século XVIII, após a expulsão dos jesuítas do Brasil pelo Marquês de Pombal, em 1759.

Entre 1994 e 1997, a Igreja passou por uma reforma, realizada pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional, o Iphan. Quando o altar de madeira (painel da lateral) foi removido, foram encontradas pinturas na parede, semelhante aos típicos azulejos portugueses. Naquele período, os azulejos eram caros, e os jesuítas não tinham recursos, então eram pintados, como se fossem azulejos. Na Igreja, há um retábulo do século XVII e outros dois menores do século XVIII. Ainda durante a reforma nas laterais, foram retirados 30 esqueletos de padres enterrados ali. Os ossos foram levados para o pátio do museu, área que já foi um cemitério de índios, escravos e civis.

Na nave, há imagens de Santo Inácio de Loyola e de São Francisco Xavier (fundadores da Companhia de Jesus), da qual Anchieta também fazia parte. Há também a imagem de Nossa Senhora da Conceição, Padroeira dos Missionários. Em outro altar estão Santa Rita de Cássia, Nossa Senhora Auxiliadora e São Benedito. A imagem central é de Nossa Senhora da Assunção. Padre Anchieta era devoto de Nossa Senhora e queria um local especial para ela, por isso a imagem está no centro da igreja. A imagem atual é uma réplica esculpida em madeira e tem um metro e quarenta e cinco. A original, trazida de Portugal, era feita de pedra, só tinha trinta centímetros e não se sabe o que aconteceu com ela, se retornou para Portugal ou se perdeu. Ainda na nave está um “túmulo” simbólico dos esqueletos retirados de dentro da igreja como homenagem aos padres sepultados ali. Na lateral esquerda, estão a capela do Santíssimo e o quarto onde o padre Anchieta morreu.

A arquitetura da Igreja segue o padrão da época em que foi construída. Naquele período usava-se óleo de baleia em lugar do cimento, então as paredes eram feitas de pedra, argamassa de concha, ostra e óleo de baleia. Duas peças de madeira do lado da janela, chamadas de conversadeira, são originais da construção. A trave superior também é original, só não é a janela. As peças foram feitas em peroba rosa, uma madeira resistente aos cupins e de grande durabilidade.

No pequeno quarto que há na Igreja, Anchieta passou os últimos dez anos de sua vida. Ele morreu aos 63 anos, tuberculoso e com um sério problema de coluna. Conta-se que o corpo do padre foi levado do quarto amarrado numa rede por aproximadamente 3500 índios, até ser sepultado no antigo colégio de Santiago, hoje Palácio Anchieta, onde fica a sede do governo do Espírito Santo, em Vitória. O corpo do padre Anchieta foi levado para Vitória e sepultado lá porque na época de sua morte, a igreja ainda não havia sido concluída. Ela só ficou pronta cerca de 15 anos depois.

Doze anos após a morte do padre, foi retirado um osso da perna dele e partido em quatro pedaços. Dois ficaram no Brasil. Um está no quarto em que o santo morreu, o outro foi levado pro Colégio de Piratininga, em São Paulo, onde ele fundou a cidade. Os outros dois pedaços foram para a Espanha, em Tenerife, onde ele nasceu, e o outro para a Companhia de Jesus, em Portugal, da qual ele era membro.

Padre Anchieta falava quatro idiomas: espanhol, português, latim e, convivendo com os índios, ele aprendeu a língua tupi. Com essa língua ele catequizou alguns os índios. Mais tarde, ele elaborou a gramática tupi, a língua mais usada na costa do Brasil. Há relatos de que Anchieta tinha o poder de domesticar os animais selvagens, que ficavam mansos perto dele.

Serviço:

Horário de Visitação na Igreja: Diariamente, das 7h30m às 19h30.
Horário de Visitação no Museu: Diariamente, das 8h às 17h.
Guia do Santuário: Marco Antônio de Soledade – marcosoledade2@gmail.com
Mais informações: www.santuariodeanchieta.com