Experiência de Oração Inaciana: Sentir e Saborear as Coisas Interiormente

Data: 5 de setembro, das 14h às 17h30m. Em mais uma edição da Experiência de Oração Inaciana vamos trabalhar o sentir interiormente as coisas. A proposta do encontro é ensinar que rezar não tem que ser algo tedioso, insípido e sem prazer. A orientação será feita pelo padre Raniéri Araújo, SJ. Orientador: Padre Raniéri Araújo …

Três Visões sobre a Justiça e a Impunidade

Assaltos seguidos de assassinatos, escândalos de corrupção, violência contra menores. Enquanto os índices de criminalidade aumentam, falta punição para os culpados e fica a sensação de que não há justiça no Brasil. Para debater a questão, o Centro Loyola organizou, no dia 20 de maio, um seminário com Adolfo Borges, Procurador do Ministério Público Estadual do RJ e professor do Departamento de Direito da PUC-Rio, Marco Antônio Bonelli, também professor da PUC no setor de Cultura Religiosa, e a psicóloga Vivian Moreno. Os três discutiram os impasses e desafios do tema Justiça X Impunidade sob as óticas jurídica, teológica e psicológica.

Cerca de 50 pessoas participaram do encontro, no campus da PUC. Primeiro a falar, professor Adolfo Borges destacou que a grande questão em relação à impunidade é a falta de justiça social. Ele apontou a situação precária das cadeias e penitenciárias do país e a falta de perspectiva de recuperação para os presos, que muitas vezes, antes de chegarem ao crime, foram crianças e adolescentes desprovidos de direitos humanos básicos, como ter uma família, educação, moradia, etc: “Como ressocializar o que nunca foi socializado?”, questionou. O professor destacou também outros entraves à justiça, como a morosidade dos processos, a falta de preparo da polícia e de perícia adequada, além da desigualdade no próprio sistema judiciário que pune mais depressa os pobres do que os ricos. A solução apontada por ele foi a mobilização da sociedade para cobrar do governo mais atuação social que ajude a diminuir a criminalidade.

Em seguida, a psicóloga Vivian Moreno iniciou a sua fala a partir do preâmbulo da Constituição Federal de 1988, que traz a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos. A partir daí, ela descreveu um ciclo de exclusão que gera a violência e apontou a conscientização como ponto mais importante para a promoção da justiça: “O fator que gera toda a impunidade é a falta de consciência”, avaliou.

Último a falar, o professor Marco Antônio Bonelli apresentou fundamentos teológicos para uma reflexão cristã sobre o tema. Segundo ele, a justiça é um valor presente em toda a Sagrada Escritura, desde o Antigo Testamento há deveres dos indivíduos uns para com os outros e em relação a Deus, muitas vezes apontado como juiz ou mesmo como o próprio Deus-Justiça (Sl 7). O professor explicou que, a partir do Novo Testamento, Jesus se coloca ao mesmo tempo como defensor e transgressor da lei. Ele reescreve sentido da justiça no coração das pessoas, sabe que a lei e a justiça são importantes, mas entende que é possível, em alguns casos, gerar uma situação injusta aplicando a lei. Para Bonelli, Jesus mostra que existe algo mais sagrado do que a religião e o altar, o ser humano (Mt 5, 21-25) e ressaltou: “É preciso uma profunda conversão, não necessariamente para uma religião, mas de querer o bem do outro. Sem uma experiência profunda de valor da dignidade humana, não há lei que resista”. Bonelli mostrou algumas iniciativas para recuperar pessoas que cometeram delitos, como um centro que reabilita agressores de mulheres. De acordo com ele, resgatar a dignidade humana pode ser a chave para a mudança: “Se a ideia de recuperação da dignidade humana é para ser levada a sério, o que todos nós podemos fazer para que esse cara volte à vida em sociedade?”, provocou.

Mães e Filhos reunidos para celebrar o dia delas

O Dia das Mães foi comemorado no Centro Loyola com uma Missa na Capela São José de Anchieta, celebrada pelo padre José Maria Fernandes, SJ. Durante a homilia, padre Fernandes recordou a preocupação que as mães sobre os problemas que o mundo enfrenta hoje. Segundo ele, apesar de todo o mal que vemos, é preciso manter a esperança e perceber que há muitas coisas boas ao nosso redor: “É como essa parede atrás de mim, perfeitamente pintada e limpa. Se cai um pingo de sujeira nesta parede e eu pergunto o que você está vendo, certamente você responderá sobre essa mancha, ignorando o que está bom e perfeito ao redor dela. Precisamos ver o mundo assim, para além das manchas”, explicou.

Durante a cerimônia, padre Fernandes convidou os participantes a rezarem pelas mães presentes e ausentes e por aquelas que já faleceram. Após a Missa, houve uma pequena confraternização com a mães e crianças que participaram.

Dons do Espírito Inspiram Retiro Inaciano para Jovens

Dando continuação aos retiros temáticos a partir da espiritualidade inaciana, no último dia 1 de maio, o Centro Loyola promoveu um encontro de Preparação para Pentecostes com dezessete jovens de diferentes partes do Rio de Janeiro. Durante o dia, eles vivenciaram momentos de leitura, reflexão, contemplação e partilha, nos quais rezaram os dons do Espírito Santo e puderam conhecer mais sobre a vida de Santo Inácio de Loyola e os Exercícios Espirituais.

O retiro contou com o apoio de jovens da Rede Inaciana de Oração, da CVX Amar e Servir e da Equipe dos Exercícios para os Jovens. De acordo com Rodrigo Policeno, assessor de Espiritualidade do Centro Loyola, o encontro inaugurou um novo olhar da casa para a juventude: “Queremos trabalhar a espiritualidade com os jovens e para os jovens. Além do padre Paul, foram os jovens que animaram o retiro”, destacou. A ideia, segundo ele, é abrir cada vez mais as portas da casa para a juventude realizar suas atividades.

Os Saberes e Sabores da Páscoa Judaica e da Páscoa Cristã

A festa da Páscoa no Centro Loyola trouxe mais uma edição da série Saberes e Sabores. No encontro, que reuniu cerca de 60 participantes dia 9 de abril, frei Isidoro Mazzarolo apresentou a simbologia da páscoa judaica em contraponto com a páscoa cristã, destacando os elementos mais importantes das duas tradições.

Um dos símbolos mais representativos da páscoa judaica é o cordeiro. Frei Mazzarolo explicou que este símbolo continua na páscoa cristã, porém o cordeiro agora não é mais um animal e sim a própria pessoa que se oferece a Deus: “Se Jesus se fez cordeiro, se fez oferta, o cristão tem que se fazer oferta. Aquele que faz a oferta se coloca no altar. O cristão é novo cordeiro que vai assumir sua Páscoa”.

Frei Mazzarolo também explicou que a páscoa cristã renova o sentido de passagem e libertação da páscoa judaica. Segundo ele, a páscoa cristã traz um compromisso existencial, de uma aliança que compromete o proponente à sua conversão e transformação:

– Nós fazemos memória dos fatos sim, mas quando um cristão rememora e reencena a páscoa de Jesus, olha para trás, mas reconstitui na atualidade o sentido dessa páscoa, da forma como Jesus amou o mundo. O cristão é convidado a amar como Jesus – destacou.

Após a palestra, como é proposto na série Saberes e Sabores, os participantes foram convidados a degustar alguns alimentos que fazem parte da tradição da páscoa, como as ervas amargas, o cordeiro, o charosset (um doce feito com maçãs e uvas) e pães. Todos ficaram encantados com o sabor do cordeiro e surpresos com o frescor das ervas. Por isso, compartilhamos as receitas, para quem quiser prepará-las em casa:

Mix de Ervas Amargas
Ingredientes: almeirão roxo, almeirão verde, chicória, azedinha, hortelã, agrião, rúcula, manjericão, azeite e flor de sal.
Modo de Preparo: Picar todas as ervas bem finas e deixar marinar em azeite (quantidade suficiente para umedecer todas as folhas) e sal à gosto.

Tempero para o Cordeiro:
Ingredientes: cebola ralada, sal grosso, limão siciliano e vinho tinto seco de boa qualidade. Regar a carne do cordeiro com essa mistura e deixar na geladeira de um dia para o outro, para que os sabores penetrem. Assar em forno com este caldo. A quantidade de temperos e o tempo de cozimento dependerá do tamanho do cordeiro ou das partes do cordeiro que serão assadas.

‘A grande formação do catequista é sua experiência com Jesus’

Segundo estimativa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, nas comunidades do país há aproximadamente 850 mil catequistas. Destes cerca de 820 mil são mulheres. Geralmente pessoas simples, sem formação em teologia e pedagogia, que abraçam com amor a responsabilidade de educar na fé. Nesta entrevista, o padre Eduardo Calandro, que de 15 a 18 …

Nas Águas de Anchieta

Sábado, 6 de junho, às 9h. Como parte das comemorações dos 450 anos da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro e um ano de canonização de São José de Anchieta, Gilda Carvalho apresenta curiosidades sobre a participação política e religiosa dos jesuítas na fundação da cidade, tendo como pano de fundo a obra …

Experiência de Oração Inaciana: Meditação e Contemplação

Data: 20 de junho, das 14h às 18h. Dando continuidade aos encontros de Experiência de Oração Inaciana, voltados para quem deseja aprofundar-se mais no caminho espiritual proposto por Santo Inácio de Loyola, vamos abordar a diferença entre a meditação e a contemplação. A tarde de oração, conduzida pelo padre Fernandes, SJ, é aberta e qualquer …

Um passeio pela Arte e pela História dos Jesuítas no Rio de Janeiro

Em março, o Rio de Janeiro completou 450 anos de fundação, e não faltam na cidade lugares que guardam detalhes importantes dessa história. Por isso, o Centro Loyola de Fé e Cultura PUC-Rio organizou, na manhã do dia 21, um curso-tour sobre a arte e a arquitetura jesuítica no Rio de Janeiro, com a professora Anna Maria Monteiro de Carvalho, Doutora em História da Arte pela Universidade de Coimbra.

O curso começou na sede do Centro Loyola, onde a professora deu uma aula sobre a ação missionária dos jesuítas na cidade e explicou um pouco sobre os locais e as obras de arte que seriam visitados em seguida.

– Desde que chegaram à colônia, em março de 1549, com a comitiva de Tomé de Souza, no processo de centralização do país num Governo Geral e fundação de cidades, esses religiosos foram abrindo estabelecimentos de ensino, junto às Igrejas, residências, propriedades rurais e aldeamentos – explicou Anna Maria durante a aula.

Ela destacou ainda como no Rio de Janeiro três morros formavam uma espécie de triângulo da dominação religiosa: o Morro do Castelo, com os jesuítas; o Morro de São Bento, com os beneditinos; e o Morro de Santo Antônio, com os franciscanos. Diante do desenvolvimento da cidade no século XVIII e da monumentalidade religiosa que se fazia presente após a construção dos conventos de São Bento e Santo Antônio, os jesuítas decidiram construir no morro do Castelo, onde já havia o colégio e Igreja de Santo Inácio, uma Igreja monumental, cuja pedra fundamental foi lançada em 1744. No entanto a obra jamais foi concluída, porque em 1759 os jesuítas foram expulsos da colônia. Três grandiosas esculturas em madeira que iriam compor as obras de arte da nova Igreja estão hoje no saguão de entrada do Colégio Santo Inácio, em Botafogo, e foram visitadas pelos alunos do curso. Elas trazem a representação do Cristo pregado na cruz com Nossa Senhora e São João Evangelista a seus pés.

Outro ponto visitado durante o tour foi a Igreja Nossa Senhora do Bonsucesso, junto ao que restou da Ladeira da Misericórdia, no Centro do Rio. A pequena igrejinha guarda dois retábulos maneiristas, que fizeram parte da antiga Igreja de Santo Inácio, demolida junto com o morro do Castelo. Segundo a professora Anna Maria, muito da história da cidade se perdeu com a demolição em 1922: “Destruímos a história dos nossos começos. Considero um crime contra o nosso patrimônio e tudo aquilo que representou o início do Rio de Janeiro”, desabafou.

O grupo visitou ainda o hospital Frei Antônio, em São Cristóvão. O lugar foi sede de uma das fazendas dos jesuítas na colônia e tornou-se um leprosário quando os religiosos foram expulsos da cidade. Parte do prédio foi descaracterizada com o passar do tempo, mas ainda é possível encontrar traços da ocupação dos jesuítas na capela do segundo andar e na fachada voltada para um pequeno cais onde o mar chegava antes dos aterros que foram feitos na região. Segundo Waldemar Moreira, Administrador do Complexo do Hospital Frei Antônio, muitos leprosos montavam tendas na praia de São Cristóvão, próxima à fazenda dos jesuítas com a intenção de isolar-se e acabavam sendo acolhidos pelos religiosos. Assim, o lugar recebeu muitos doentes antes mesmo de tornar-se um hospital.

Ao final do passeio, padre Fernandes, Diretor do Centro Loyola, convidou os participantes para o próximo curso-tour a ser organizado pelo Centro Loyola no segundo semestre e que terá como tema as históricas igrejas franciscanas no Rio de Janeiro.