Escuta Atenta e Plena é tema de Workshop sobre Mindfulness

Atenção plena é a tradução do dicionário para a palavra mindfulness. No próximo sábado, 30 de setembro, Regina Montedonio, pesquisadora e professora da PUC-Rio, virá ao Centro Loyola para falar sobre a prática que pode ser mais bem definida como um modo de vida, uma “arte de viver” que alcança todos os campos do conhecimento humano. É uma presença consciente em cada momento, a si mesmo, aos outros e ao meio.

O termo mindfulness surgiu em uma faculdade de medicina em Massachusetts, nos Estados Unidos, que através de técnicas de meditação e yoga fez uso da atenção plena no tratamento de pacientes terminais. Atualmente, universidades europeias e americanas consideram mindfullness uma ciência.

Mindfulness significa estar no presente, aceitando a realidade presente da melhor forma possível, com poucos julgamentos e não julgando os seus próprios julgamentos. É estar com o coração aberto. Muitos falam que a nomeação ideal seria heart mindfulness, em que o coração e a mente estão juntos. Estar presente, com a intenção de estar presente, com o coração e a escuta abertos, com uma generosidade e curiosidade – afirma Regina.

E é o aprimoramento dessa escuta o tema do workshop sobre mindfulness que irá acontecer no sábado. Para a professora essa escuta não é só auditiva, ela transcende as palavras e desenvolvê-la é um dos primeiros passos para alcançar a atenção plena:

– Porque o escutar, não é só escutar os outros ou escutar o mundo, é escutar você mesmo. A escuta é um passo básico. Você não deve prestar atenção só às palavras, mas o contato do olho, da postura, da movimentação diz muito, até mais que as próprias palavras. Isso é ter atenção, e não nascemos com ela. A atenção se treina e se desenvolve, e a escuta é um desses primeiros caminhos para desenvolvê-la.

Ao contrário do que as pessoas podem vir a pensar, mindfulness não procura esvaziar a mente de pensamentos e emoções, mas prestar atenção ao momento presente, sem se apegar ao passado e sem projetar o futuro. “Com isso você vai focar mais, vai poder ser mais feliz, ter menos ansiedade, porque o passado e o futuro já não vão mais te incomodar. Você está tentando vivenciar aquele presente da forma mais aberta, generosa e menos julgadora possível”, afirma Regina.

Compreender as técnicas de mindfulness influencia nas relações humanas e, por isso, a prática é indicada para qualquer pessoa, não só para aqueles que se percebem ansiosos, deprimidos ou no piloto automático. Diante do contexto de multitarefa atual, em que as pessoas acumulam muitas funções, a prática de mindfulness tem adquirido mais adeptos pois, segundo Regina, atenção é tudo o que o ser humano precisa no mundo contemporâneo.

Para ela, relação é uma palavra chave no mindfulness. A prática envolve uma atenção constante às próprias relações, desde o interior da pessoa até ao que se está fazendo e com quem se está.

– Vivemos fracionados, não estamos inteiros nas atividades e qualquer atividade que te faça parar, focar com atenção e com intenção de estar vivenciando aquilo é uma atividade mindful. Por exemplo, comer. A gente come e já está pensando em outra coisa, não saboreia. O que está por trás da atenção é uma grande rede de sentimentos. No momento em que você se relaciona bem com a sua comida, você certamente vai se relacionar bem com o outro – enfatiza Regina.

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Reportagem: Bárbara Tenório