Novidades na agenda de cursos do segundo semestre

Desde que foi criado, há 22 anos, um dos objetivos do Centro Loyola de Fé e Cultura PUC-Rio é promover a formação integral do leigo através de cursos de aprofundamento em diferentes campos da Teologia. Esta semana, o Centro Loyola divulga a agenda de cursos para o segundo semestre de 2016, com opções de estudo …

Conjunto Música Antiga da UFF apresenta canções de Anchieta

O teatro de Anchieta (1534-1597) foi escrito para ser encenado nas praças, nas festas, em frente das igrejas. Os atores eram os colonos, os índios e a intenção era ensinar a moral cristã. Os Jesuítas aprendiam a língua indígena e ensinavam as línguas europeias aos índios, além da religião cristã. Sua ação didática fazia uso do teatro e da música como ferramentas de ensino e conversão ao cristianismo. Os primeiros textos literários produzidos no Brasil foram compostos sobre músicas populares procedentes do cancioneiro e romanceiro peninsular, cujas letras eram mudadas “para o divino”. Essa prática, foi frequentemente utilizada por Anchieta e pelos primeiros missionários. (Fonte: Conjunto Música Antiga da UFF)

Este vídeo traz um trecho da apresentação do Conjunto Música Antiga da UFF, por ocasião da Festa de Anchieta, realizada no Centro Loyola de Fé e Cultura PUC-Rio, no dia 11 de junho de 2016. As canções são, respectivamente, Venid a Sospirar e Mira Nero de Tarpeya, ambas de compositor anônimo do século XVI, com letras de São José de Anchieta.

Padre Alfredo comemora jubileu e lança livro sobre a humildade

Para o padre Alfredo Sampaio, SJ, a solidariedade, a obediência a Deus e o amor ao próximo se traduzem na vivência da humildade. Sacerdote há 25 anos, ele decidiu comemorar esse jubileu com o lançamento do livro Solidários, Obedientes e Amorosos, As Novas Faces da Humildade para o Mundo de Hoje. A noite de autógrafos …

Projeto Elas Muito Amaram – A Inteligência da Mulher na Bíblia

Data: Terça-feira, 8 de novembro de 2016, das 14h às 17h. Descrição: Neste encontro conversaremos sobre a vida de Débora, que se torna a mãe de Israel por saber o momento de organizar o povo para a defesa, e de Noemi, que orientou a noras que ficaram viúvas mesmo diante da Lei. Os encontros do …

Ética na Laudato Si

Data: Quarta-feira, 19 de outubro de 2016, das 19h à 21h. Descrição: O Reitor da PUC-Rio, padre Josafá Carlos de Siqueira, S.J., fará palestra sobre ética na Encíclica Laudato Si. O objetivo é reforçar a importância dos conceitos éticos trabalhados pelo Papa Francisco no documento, como as éticas da inter-relação ontológica, da inclusão do vulnerável, …

Eleição: Uma Questão de Justiça e Cidadania

Data: Dia 22 de setembro de 2016, quinta-feira, das 19h às 21h. Descrição: Este ano, teremos eleições municipais. Por isso, o Centro Loyola convida para uma palestra que irá discutir a responsabilidade que temos enquanto eleitores. Durante o encontro, serão apresentados temas como a importância do voto na democracia; a responsabilidade do eleitor na escolha …

Devotos vão a Magé em Busca de Água do Poço Bento

São José de Anchieta ganhou a fama de santo mesmo antes de sua morte. Isso porque, em todos os lugares pelos quais passou no Brasil, há relatos e marcas de sua santidade. Um desses lugares é a cidade de Magé, uma das mais antigas do Estado do Rio de Janeiro, onde fica o Poço Bento, que atrai devotos de diversos lugares do país e do mundo.

As versões para o surgimento do poço são várias e não se sabe ao certo qual delas é verdadeira. Todas, no entanto, passam pela atuação de São José de Anchieta. Uma das histórias conta que em um momento fervoroso de oração à Virgem Maria, ajoelhado e debruçado sobre seu cajado, Anchieta teria percebido com surpresa que este mesmo cajado abrira um buraco no chão de areia e terra, na Praia da Piedade, e que dali minava uma fonte, que logo tornou-se uma nascente abundante. Outros dizem que na época em que Anchieta passou pela região, em meados do século XVI, o povoado sofria uma epidemia de febre causada pelo consumo de água salobra e que Anchieta teria abençoado a água de um poço tornando-a clara e potável. O consumo da água abençoada pelo santo teria salvo a população local da doença.

Consta ainda, no Arquivo Secreto Congregação dos Ritos, hoje no Vaticano, dois relatos de milagres atribuídos àquela água. Num deles, Baltazar Martins Florença em depoimento dado em 1603 no processo de beatificação de Anchieta atesta: “muito doente de asma, de que era enfermo havia muito tempo, lhe dissera lá o dito padre José que bebesse água de uma fonte que lá está, pegada com o engenho, coberta com uma abóbada, e que rezasse cinco padres-nossos e cinco aves-marias à honra das cinco chagas e logo seria são. O que ele, testemunha, fez e logo sarou de maneira que nunca tivera mais a tal enfermidade” (Arquivo Secreto do Vaticano – Congregação dos Ritos, n. 302, 7 vols.).

O poço recebeu visitas até a década de 1940, depois ficou abandonado por anos até que, nos anos 60, durante uma nova campanha para a beatificação de Anchieta, o jornal Diário Carioca publicou uma reportagem com a história do poço. Depois disso, a prefeitura e a diocese de Magé buscaram restaurar o local, reaberto à visitação no dia 5 de abril de 1964. Anos depois, o jornal O Globo publicou uma reportagem como título “Devotos vão a Magé buscar água que cura tudo”. O local hoje é um parque municipal com um painel pintado em azulejos, um altar de cimento e uma cobertura de alvenaria. Ao lado fica uma pequena capela dedicada ao Santo.

A visitação ao Poço Bento pode ser feita diariamente. Ele fica a Estrada da Piedade, S/N, no Centro de Magé.

Relíquias e História na Capela Dedicada a Anchieta

Com apenas dois anos de canonização, São José de Anchieta ainda não tem uma Igreja com seu nome na Arquidiocese do Rio de Janeiro, mas existem hoje cinco capelas dedicadas ao santo, entre elas a capela na sede do Centro Loyola.

Chamada de Capela Santo Inácio até meados de 2008, ela só recebeu o nome do Beato Anchieta quando o padre José Maria Fernandes, SJ, assumiu a direção da casa. Ele havia sido reitor do Pateo do Colégio e lá, além do contato com a história de Anchieta, acompanhou a restauração de duas relíquias do santo: o fêmur e o manto.

– Durante a restauração das peças, recolhi pequenos fragmentos que trouxe comigo para o Rio de Janeiro. Trouxe também o fac-símile da certidão de Batismo de Anchieta, doada pelo governo das Ilhas Canárias, onde ele nasceu, e ainda uma imagem que me foi dada por um artesão capixaba que morava perto do Santuário de Anchieta, no Espírito Santo. Então eu tinha as relíquias, tinha a certidão, a imagem, já havia a expectativa pela canonização do padre Anchieta, por isso resolvi mudar o nome da capela – explica padre Fernandes.

Anos antes de tornar-se diretor do Centro Loyola, padre Fernandes havia sido o responsável pelo projetoda capela, no espaço que antes abrigava a garagem e a lavandeira da casa. O projeto seguiu as diretrizes estabelecidas pela Instrução Geral sobre o Missal Romano, após o concílio Vaticano II: “A arquitetura também celebra, a norma da Igreja pede que o altar seja o centro, porque a Eucaristia é a comum união dos fiéis”, ressalta o padre.

Além das relíquias de São José de Anchieta, a capela guarda outros tesouros como um relicário com fragmentos de ossos de todos os santos jesuítas. O sacrário em madeira talhada foi feito no século XIX e pertencia à capela de uma antiga residência dos jesuítas que foi desativada. A peça foi doada ao Centro Loyola pelo padre Paul Schweitzer, SJ. Ainda mais antiga é cadeira em carvalho português do século XVIII, que compõe o mobiliário do altar. A peça, encontrada em uma fazenda dos jesuítas, encanta pela simplicidade e foi montada com encaixe da madeira, sem um único prego.

No jardim, do lado de fora da capela, está uma roseira na qual floresce algumas vezes ao ano a chamada “Rosa de Anchieta”. A muda veio de São Paulo e é de um tipo de rosa de floresce nas Ilhas Canárias, onde Anchieta nasceu. Acredita-se que estas rosas tenham sido trazidas para o Brasil pelo santo. Foi São José de Anchieta que introduziu o rito da benção das rosas, no colégio dos jesuítas, atual Pateo do Colégio, em São Paulo.

A Capela São José de Anchieta pode ser visitada durante a semana, em horário comercial. Todas as quartas-feiras, pela manhã, o grupo de oração inaciana Se Eu Quiser Falar com Deus se reúne das 9h às 12h, e o encontro é aberto para quem quiser participar. Atualmente, está sendo feito o processo para a inclusão oficial da capela no anuário da Arquidiocese, para que nela possam ser celebrados futuramente batizados e casamentos.

Santuário preserva história e atrai peregrinos

São José de Anchieta morreu aos 63 anos, na Vila de Reritiba, fundada por ele no litoral sul do Espírito Santo, a 80km de Vitória. Hoje a vila tornou-se cidade, rebatizada com o nome do santo, e a igreja de Nossa Senhora da Assunção, construída por ele com os índios, passou a integrar o Santuário Nacional de São José de Anchieta, um conjunto arquitetônico do período colonial do Brasil que reúne também a praça da Matriz e o Museu Padre Anchieta.

Marco Antônio Soledade é guia do Santuário Nacional de São José de Anchieta. Abaixo, reproduzimos um resumo das explicações dele aos visitantes:

A Igreja Matriz Nossa Senhora da Assunção foi construída entre os séculos XVI e XVII (iniciada em 1569 e concluída em 1612) na chegada do padre Anchieta com os indígenas da região. Os índios construíram a igreja e a cela (quarto do padre Anchieta) onde ele morreu. A outra área que faz parte do museu, o cemitério, o campanário e a sacristia (parte detrás da igreja) foram construídos a partir do século XVIII, após a expulsão dos jesuítas do Brasil pelo Marquês de Pombal, em 1759.

Entre 1994 e 1997, a Igreja passou por uma reforma, realizada pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional, o Iphan. Quando o altar de madeira (painel da lateral) foi removido, foram encontradas pinturas na parede, semelhante aos típicos azulejos portugueses. Naquele período, os azulejos eram caros, e os jesuítas não tinham recursos, então eram pintados, como se fossem azulejos. Na Igreja, há um retábulo do século XVII e outros dois menores do século XVIII. Ainda durante a reforma nas laterais, foram retirados 30 esqueletos de padres enterrados ali. Os ossos foram levados para o pátio do museu, área que já foi um cemitério de índios, escravos e civis.

Na nave, há imagens de Santo Inácio de Loyola e de São Francisco Xavier (fundadores da Companhia de Jesus), da qual Anchieta também fazia parte. Há também a imagem de Nossa Senhora da Conceição, Padroeira dos Missionários. Em outro altar estão Santa Rita de Cássia, Nossa Senhora Auxiliadora e São Benedito. A imagem central é de Nossa Senhora da Assunção. Padre Anchieta era devoto de Nossa Senhora e queria um local especial para ela, por isso a imagem está no centro da igreja. A imagem atual é uma réplica esculpida em madeira e tem um metro e quarenta e cinco. A original, trazida de Portugal, era feita de pedra, só tinha trinta centímetros e não se sabe o que aconteceu com ela, se retornou para Portugal ou se perdeu. Ainda na nave está um “túmulo” simbólico dos esqueletos retirados de dentro da igreja como homenagem aos padres sepultados ali. Na lateral esquerda, estão a capela do Santíssimo e o quarto onde o padre Anchieta morreu.

A arquitetura da Igreja segue o padrão da época em que foi construída. Naquele período usava-se óleo de baleia em lugar do cimento, então as paredes eram feitas de pedra, argamassa de concha, ostra e óleo de baleia. Duas peças de madeira do lado da janela, chamadas de conversadeira, são originais da construção. A trave superior também é original, só não é a janela. As peças foram feitas em peroba rosa, uma madeira resistente aos cupins e de grande durabilidade.

No pequeno quarto que há na Igreja, Anchieta passou os últimos dez anos de sua vida. Ele morreu aos 63 anos, tuberculoso e com um sério problema de coluna. Conta-se que o corpo do padre foi levado do quarto amarrado numa rede por aproximadamente 3500 índios, até ser sepultado no antigo colégio de Santiago, hoje Palácio Anchieta, onde fica a sede do governo do Espírito Santo, em Vitória. O corpo do padre Anchieta foi levado para Vitória e sepultado lá porque na época de sua morte, a igreja ainda não havia sido concluída. Ela só ficou pronta cerca de 15 anos depois.

Doze anos após a morte do padre, foi retirado um osso da perna dele e partido em quatro pedaços. Dois ficaram no Brasil. Um está no quarto em que o santo morreu, o outro foi levado pro Colégio de Piratininga, em São Paulo, onde ele fundou a cidade. Os outros dois pedaços foram para a Espanha, em Tenerife, onde ele nasceu, e o outro para a Companhia de Jesus, em Portugal, da qual ele era membro.

Padre Anchieta falava quatro idiomas: espanhol, português, latim e, convivendo com os índios, ele aprendeu a língua tupi. Com essa língua ele catequizou alguns os índios. Mais tarde, ele elaborou a gramática tupi, a língua mais usada na costa do Brasil. Há relatos de que Anchieta tinha o poder de domesticar os animais selvagens, que ficavam mansos perto dele.

Serviço:

Horário de Visitação na Igreja: Diariamente, das 7h30m às 19h30.
Horário de Visitação no Museu: Diariamente, das 8h às 17h.
Guia do Santuário: Marco Antônio de Soledade – marcosoledade2@gmail.com
Mais informações: www.santuariodeanchieta.com