Exposição de Crucifixos recebe milhares de visitantes na Catedral

Diariamente, a Catedral Metropolitana de São Sebastião do Rio de Janeiro recebe cerca de 700 visitantes. Além dos turistas que chegam por conta própria ou em roteiros organizados por agências, há também os moradores da cidade que procuram a Catedral para fazer suas orações em meio ao burburinho do Centro do Rio. Durante o mês de março, essas milhares de pessoas puderam visitar a exposição A Nossa Cruz de Cada Dia e conhecer de perto uma coleção de crucifixos com os mais variados formatos e materiais. A mostra, organizada pelo Centro Loyola PUC-Rio, ficou em cartaz do dia 2 ao dia 25, com cerca de 150 peças do acervo particular do padre José Maria Fernandes, SJ.

“En cette période de Carême quelle bonne idée de nous faire cette exposition de crucifix de toute époque”, destacou uma turista francesa, que achou boa a ideia de uma exposição de crucifixos de todas as épocas durante o período da Quaresma. Assim como ela, milhares de visitantes de diversas partes do mundo deixaram mensagens no livro de assinaturas da exposição. Os recados guardam pedidos, orações de agradecimento e comentários de pessoas de todos os continentes e nos mais diferentes idiomas. Além do francês, há recados em japonês, coreano, italiano, inglês, holandês, alemão, entre outros. A língua portuguesa aparece na letra de portugueses, angolanos e brasileiros de diferentes estados com seus sotaques em mensagens carregadas de fé.

O livro mostra que houve visitantes até mesmo de outras denominações religiosas, como foi o caso de Jorge Teixeira: “Muito bonita e interessante a exposição dos modelos de cruz. Frequento a Igreja Luterana da Tijuca, e os luteranos são irmãos em Cristo, possuindo cruzes lisas e com o Cristo crucificado”, escreveu o visitante.

Para o padre Fernandes, que há anos vem reunindo as peças exibidas, a exposição teve o critério especial de mostrar como um tema único vem, através dos tempos, sendo criado e recriado por artistas, artesãos e pessoas anônimas nos mais variados cantos do mundo. Embora na exposição houvesse peças de grande valor material, feitas até em ouro e pedras preciosas, para o padre não importa a matéria, a procedência e o tempo: “Importa sim deixar que o olhar se encante e se surpreenda com a capacidade do ser humano de reinventar-se continuamente, enriquecendo a história e a cultura universal”, e ele conclui: “Aos nossos olhos compete a contemplação”.

Em dezembro, a Catedral deve receber outra exposição organizada pelo Centro Loyola. Dessa vez, o talento e a criatividade de artesãos do mundo todo estarão representados em presépios que prometem encantar os visitantes. Acompanhe a nossa programação.