São José de Anchieta ganhou a fama de santo mesmo antes de sua morte. Isso porque, em todos os lugares pelos quais passou no Brasil, há relatos e marcas de sua santidade. Um desses lugares é a cidade de Magé, uma das mais antigas do Estado do Rio de Janeiro, onde fica o Poço Bento, que atrai devotos de diversos lugares do país e do mundo.
As versões para o surgimento do poço são várias e não se sabe ao certo qual delas é verdadeira. Todas, no entanto, passam pela atuação de São José de Anchieta. Uma das histórias conta que em um momento fervoroso de oração à Virgem Maria, ajoelhado e debruçado sobre seu cajado, Anchieta teria percebido com surpresa que este mesmo cajado abrira um buraco no chão de areia e terra, na Praia da Piedade, e que dali minava uma fonte, que logo tornou-se uma nascente abundante. Outros dizem que na época em que Anchieta passou pela região, em meados do século XVI, o povoado sofria uma epidemia de febre causada pelo consumo de água salobra e que Anchieta teria abençoado a água de um poço tornando-a clara e potável. O consumo da água abençoada pelo santo teria salvo a população local da doença.
Consta ainda, no Arquivo Secreto Congregação dos Ritos, hoje no Vaticano, dois relatos de milagres atribuídos àquela água. Num deles, Baltazar Martins Florença em depoimento dado em 1603 no processo de beatificação de Anchieta atesta: “muito doente de asma, de que era enfermo havia muito tempo, lhe dissera lá o dito padre José que bebesse água de uma fonte que lá está, pegada com o engenho, coberta com uma abóbada, e que rezasse cinco padres-nossos e cinco aves-marias à honra das cinco chagas e logo seria são. O que ele, testemunha, fez e logo sarou de maneira que nunca tivera mais a tal enfermidade” (Arquivo Secreto do Vaticano – Congregação dos Ritos, n. 302, 7 vols.).
O poço recebeu visitas até a década de 1940, depois ficou abandonado por anos até que, nos anos 60, durante uma nova campanha para a beatificação de Anchieta, o jornal Diário Carioca publicou uma reportagem com a história do poço. Depois disso, a prefeitura e a diocese de Magé buscaram restaurar o local, reaberto à visitação no dia 5 de abril de 1964. Anos depois, o jornal O Globo publicou uma reportagem como título “Devotos vão a Magé buscar água que cura tudo”. O local hoje é um parque municipal com um painel pintado em azulejos, um altar de cimento e uma cobertura de alvenaria. Ao lado fica uma pequena capela dedicada ao Santo.
A visitação ao Poço Bento pode ser feita diariamente. Ele fica a Estrada da Piedade, S/N, no Centro de Magé.
Excelente artigo! Já visitei o seu blog outras vezes, porém nunca
tinha escrito um comentário. Pus seu blog
nos meus favoritos para que eu não perca nenhuma atualização.
Grande abraço!
olá, Pedro! Que bom que você gostou!
Muito feliz pelo reconhecimento de tão renomado centro pelo Poço Bento e por minha cidade, Magé.
Magé foi fundada no século XVI e entre seus ilustres filhos conta com Garrincha e Alcindo Guanabara, um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras.
Seria belíssimo se os próprios jesuítas cuidassem do Santuário e desenvolvessem animação vocacional na região.
Somos eternamente gratos aos jesuítas!
Olá, Carlito. Que bom que você gostou da matéria. Temos o desejo de fazer uma visita guiada ao poço, com explicações sobre Anchieta e a presença dos jesuítas em Magé. Estamos em estudo dessa possibilidade… quem sabe? Confiemos na vontade de Deus!
Fico muito feliz com a vontade de vocês em conhecer Magé e sua história. Te garanto que irão se impressionar.
Curso História pela Universidade Católica de Petrópolis e poderia auxiliá-los na visita.
Meu contato é 21 97690-9432.
Ao dispor.
Que maravilha! Vou passar seu contato para o nosso coordenador! Obrigado!
Morei quase em frente o poço bento , la vivi um infância sem igual , local realmente abençoado.
Essa agua é milagrossa, consumi por 5 anos, e tenho provas dos beneficios
Olá. O Poço Bento foi objeto de pesquisa da dissertação de mestrado de minha autoria com o título de: O Poço Bento de Magé – O Sagrado nos limites metropolitanos do Rio de Janeiro.
Acredito que possa contribuir para aqueles que se interessam por esse belo lugar e suas histórias.
Disponível no link:
http://tede.mackenzie.br/jspui/handle/tede/3711
Que legal, Natalino! Vou ler seu trabalho. Obrigada por compartilhar conosco. Tínhamos a pretensão de organizar alguma atividade relacionada ao poço, mas veio a pandemia e acabamos adiando temporariamente este projeto. Quem sabe em um futuro próximo, não é mesmo? Vamos rezar!